O nascimento de uma Cidade, a Amadora no final do séc. XIX, início séc. XX


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Casa Aprígio GomesCASAS DE ESTILIZAÇÃO PORTUGUESA

 No início do século XX, com a chegada de novos habitantes bastante abonados, deu-se o aparecimento de diversas moradias, cuja arquitectura se enquadrava no âmbito do movimento revivalista e nacionalista "Casa Portuguesa", das quais apenas restam dois exemplos significativos, a Casa Aprigio Gomes e a Casa Roque Gameiro.

Casa Aprigio Gomes - Era propriedade de José Aprigio Gomes, um abastado negociante de Lisboa que veio habitar na Amadora e que se distinguiu pela sua participação na vida associativa e cultural local, bem como pelo seu interesse pela ciência, tendo inclusive colocado uma luneta astronómica na sua casa. Concebida por Guilherme Gomes em 1903, consiste numa moradia unifamiliar onde predominam o torreão que incorpora o acesso entre pisos, a varanda que lhe é contígua, enquadrada por arcos apoiados em colunas e o cone decorado a azulejo e rematado por uma esfera cerâmica, que finaliza superiormente a varanda exterior. Sendo hoje propriedade camarária, alberga o Centro de Ciência Viva da Amadora.

Casa Roque Gameiro - Era propriedade de Alfredo Roque Gameiro, um reconhecido aguarelista, tendo sido sua habitação. Nos finais do século XIX esta casa situava-se numa zona agrícola, debruçada sobre um declive acentuado e rodeada de campos que proporcionavam uma vista magnífica. O projecto inicial data de 1898 e foi assinado pelo próprio Roque Gameiro, consistindo numa pequena moradia de um piso com um torreão, apresentando uma traça que traduz de uma forma simples e algo ingénua o Casa Roque Gameiroconceito "Casa Portuguesa". Volvidos dois anos sofreu obras de ampliação e ganhou a forma actual, com dois novos pisos inferiores anexos, a poente do original. Esta ampliação surge como um prolongamento natural da moradia, sendo atribuída a Raul Lino, pelo que terá sido um dos primeiros projectos do arquitecto concretizado em obra. As fachadas do edifício são decoradas com painéis alusivos às diferentes técnicas artísticas desenvolvidas por Roque Gameiro. No interior existem diversos lambris de azulejos de pintura manual e tarjas de várias cores. De salientar a antiga sala de jantar que possui azulejos de Rafael Bordalo Pinheiro, amigo de Roque Gameiro, com motivos decorativos relativos à alimentação. Hoje esta casa é propriedade camarária e nela têm lugar diversas actividades de natureza cultural.