Terra de Fartura, a Amadora Rural
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MOINHOS DE VENTO
Moinhos de vento são aqueles em que as hélices
são utilizadas para captação e conversão da energia eólica para movimentação de
mecanismos. Os primeiros moinhos de vento de que há memória datam do século X.
Normalmente eram utilizados na moagem de cereais, mas por vezes também na elevação de
águas. Modernamente, a estrutura dos moinhos de vento mudou muito e são utilizados para
produção de energia eléctrica. A zona da Amadora foi uma das regiões da chamada zona
saloia com mais moinhos para moagem de cereais no século XIX. Com efeito, o acidentado do
terreno, o facto de ser uma região ventosa e com vários ribeiros, facilitava o trabalho
dos moleiros. Estes moinhos tinham uma estrutura típica constituída por uma torre feita
em alvenaria de pedra, onde eram colocados dois mecanismos interligados, o mecanismo de
moagem, colocado dentro da torre, e o aparelho motor externo. Este era constituído por um
mastro atravessado por oito varas transversais que sustentavam as velas do moinho. O
mastro girava sobre o seu eixo por força da acção do vento sobre as velas, transmitindo
esse movimento ao sistema de moagem por intermédio de engrenagens, que accionavam um veio
central, que por sua vez fazia rodar a mó movente sobre uma segunda mó, moendo os
cereais. O aparelho motor externo assentava sobre um mecanismo de orientação, o capelo,
que cobria a torre no seu topo, o qual possui um sistema mecânico que lhe permitia rodar
sobre o eixo, orientando o motor externo ao vento dominante. O crescimento de Lisboa ao
longo dos séculos XVIII e XIX levou à instalação maciça de moinhos de vento nos
arredores para suprir as necessidades de fornecimento de farinha à capital. Foi criada
uma cintura moageira, cujo regime de propriedade evoluiu da produção por conta própria,
para conjuntos de moinhos de um único proprietário que passaram a ser aforrados ou dados
em renda Após um período áureo na primeira metade do século XIX, a industrialização
dos processos de moagem levou ao progressivo abandono dos moinhos de vento, restando
poucos activos no início do século XX, vindo mesmo estes a encerrar na primeira metade
desse século. Poucos restam dos muitos que povoavam esta zona, mas ainda se podem ver
alguns devidamente reconstruídos apenas para "memória" - sendo disso exemplo
do moinho existente na Siemens em Alfragide. Quanto aos moinhos de elevação de águas
(denominados "moinhos americanos") foi ainda maior o seu nível de destruição,
devido ao desaparecimento das quintas e dos poços existentes nas mesmas, ao pé dos quais
laboravam.
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