Terra de Fartura, a Amadora Rural
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A AMADORA RURAL E QUINTAS
As linhas de água e as estradas reais vieram
contribuir para que, a partir dos séculos XVII e XVIII esta zona fosse considerada como
um das principais regiões abastecedoras da cidade de Lisboa. Nesta época, entre os
pequenos casais vão surgindo grandes quintas que eram constituídas, na sua maioria, por
uma casa apalaçada com dois pisos, térreo e superior, área de lazer, jardins, capela e
equipamentos de apoio às actividades agrícolas como estrebarias, currais, campos de rega
e poços. Trata-se construções edificadas no século XVIII como casas de campo da elite
da capital Lisboa. Destas grandes quintas restam-nos ainda alguns exemplares razoavelmente
conservados, entre os quais destacamos:
A QUINTA DO ASSENTISTA, também conhecida pela Quinta dos Intendentes, situa-se na Rua Elias Garcia 116 - 118, na freguesia da Falagueira. Foi edificada em 1746, de acordo com a inscrição existente na entrada, sendo constituída pela casa de habitação, pátio e jardim. Este último conserva ainda uma grande variedade de espécies florestais, tanques de rega, fontes e bancos de repouso, sendo um dos raros exemplares preservados desta época na região. Foi edificada junto à estrada real e o seu portão joanino tem sobre a fachada um belo frontão barroco, que contém um nicho com uma estátua de Nossa Senhora da Saúde, à qual a capela privada era igualmente dedicada. No topo do portão, uma cruz sobre o monte Gólgota em miniatura, onde é visível a porta do Santo Sepulcro. A parte residencial e as diversas dependências de apoio dão para um pátio empedrado a preto e branco. Na área residencial, o piso inferior apresenta diversas divisões com azulejos e lambris pombalinos, enquanto que o piso superior, remodelado no século XIX, encontra-se decorado com frescos de um detalhe e criatividade assinaláveis, criando a ilusão de uma profusão de elementos decorativos.
A QUINTA DO OUTEIRO ou Quinta de Nossa Senhora dos Prazeres,
situa-se na Rua Luís de Camões, freguesia da Buraca. Do que se sabe a quinta era
administrada por caseiros e os seus donos só a habitavam em épocas de veraneio. Em 1703
terá sido propriedade dos Marqueses de Fronteira, tendo sido provavelmente construída em
diversas fases ao longo desse século. Destaca-se essencialmente pelo seu valor
arquitectónico e pela decoração interior, com relevo para um conjunto de azulejos
datados de 1760-70, com temas das Quatro Estações e dos Cinco Sentidos, bem como temas
religiosos. Do edifício primitivo resta uma parte do rés-do-chão, bem como a capela,
datada de 1720, dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres.
A QUINTA DOS CONDES DA LOUSÃ, ou Quinta Grande da Damaia, localiza-se na Rua Carvalho Araújo, freguesia da Damaia. Foi construído no século XVIII e reabilitada no século XIX. Trata-se de uma casa apalaçada de campo típica da região Lisboeta, com reboco pintado a cor-de-rosa e pilastras de pedra e uma planta em "U" na qual os corpos do edifício se dispõem em torno de um pátio. A área residencial era composta por grandes divisões, com tectos em masseira, destacando-se de todo o conjunto a profusão de azulejos colocados na fachada posterior e que representam as Virtudes e os Pecados Capitais e no terraço lateral esquerdo as Quatro Estações. Possui uma capela particular cujo orago era em honra de Nossa Senhora da Conceição, realizando-se anualmente uma festa em sua honra e aberta à população.
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