A mais antiga presença do Homem no actual território da Amadora, é revelada por conjuntos de utensílios em pedra lascada. Se bem que tenham sido descobertos materiais paleolíticos em toda a área do Município, existe uma concentração de sítios arqueológicos desta época em terrenos de origem vulcânica, destacando-se toda a área da Serra de Carnaxide e sua envolvente. Caracterizam-se pela dispersão à superfície destes materiais líticos, em concentrações diversas, factor que condiciona muitas vezes a sua delimitação geográfica.

Os trabalhos arqueológicos efectuados durante as décadas de 30, 40 e 50 do século XX, bem como os estudos subsequentes, contribuíram para o avanço do conhecimento sobre este período, surgindo o termo "Paleolítico da Amadora" para designar o conjunto de estações paleolíticas de superfície desta região, incluindo áreas dos Municípios vizinhos.

Destacamos o sítio Alfragide Primeiro/Serra de Carnaxide, alvo prospecção e recolha de materiais de superfície em 1988. Os trabalhos referidos revestiram-se de um carácter sistemático, tendo por base a implantação no terreno de uma quadrícula que permitiu proceder à referenciação e localização de cada recolha.

No que diz respeito aos materiais arqueológicos, do Paleolítico Inferior surgem bifaces, choppers e chopping-tools sobre seixo de quartzito que apresentam patines acentuadas e uma indústria de pequenos seixos lascados. Do Paleolítico Médio permanece a indústria sobre seixos de quartzo e quartzito e uma indústria abundante sobre sílex: raspadeiras, raspadores, furadores, lascas, encoches, núcleos, entre outros. Do Paleolítico Superior surgem lascas retocadas, raspadores e raspadeiras.